Kathia Delari
ano: 1981
cidade: umuarama
pecado: preguiça
vício atual: falar com estranhos
ponto fraco: horário
salve-salve: família, amizades,
chocolate, café, milkshake
de ovomaltine, bozo, sapos,
google, cama.

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terça-feira, outubro 04, 2005

Bem aventurados os pacifistas

Quando eu tinha uns 10 anos li um livro do Pe. Zezinho, se não me engano chamado “Bem aventurados os pacifistas.” Lá pelas tantas, o protagonista, um menino, se questionava : “Como gente grande fala pra gente não matar passarinhos, enquanto eles fazem guerra?”

A guerra é normal, os conflitos são necessários, e as mortes não chocam mais.
Questionados sobre se achavam que George Bush exagerou na hora de justificar as ações contra o Iraque, uma grande parte da população americana afirmou que sim. Mas grande parte desta grande parte votaria nele de novo.
Há mentira pra legitimar uma guerra, mas isto não importa.

Mas voltando ao Referendo do dia 23:
Que o jornalismo imparcial é utopia, e que nem seja mais desejado, tudo bem, mas a Veja desta semana abriu as pernas, né?
Reportagem de capa: 7 razões para votar não. A proibição vai desarmar a população e fortalecer o arsenal dos bandidos.
A revista toma o partido da frente contra a Lei do Desarmamento e aponta 7 motivos que poderiam ser reduzidos a 4 ou 5, mas a redundância é grande e necessária para persuadir.
Aqui, além da presença marcante das expressões “pessoas do bem” e “cidadãos do bem”, uma argumentação, repetida em 2 dos motivos me chamou a atenção: a medida aumentará o comércio ilegal de armas.
Mas fica claro que:
1. Bandidos não compram armas legais
2. Pessoas de bem possuem armas legais
3. Não haverá mais comércio legal
4. Aumentará o tráfico de armas

Tá, deixa a minha cabecinha tonta entender. Se as armas do bandido já são ilegais, o tráfico vai aumentar porque os bandidos vão aumentar ou porque eles vão querer mais armas?

“A medida, além de contribuir para o crescimento do mercado clandestino, pode colocar o cidadão de bem em situação irregular. Mesmo se tiver uma arma registrada em casa, ele não poderá comprar munição, a não ser de forma ilegal. Com o é obvio, a proibição do comércio legal de armas terá como conseqüência inevitável a ampliação do trafico ilegal”. (grifo meu)
Revista Veja, ed. 1925, 05/10/05

É “inevitável” que as pessoas de bem passem à ilegalidade!!! Por isto o tráfico vai aumentar.

Daí pra comparações com álcool e drogas um pulinho.
Eu só queria entender, ou melhor eu não quero entender, porque me parece cruel demais: será que atirar em alguém é tão prazeroso quanto beber ou quanto o primeiro baseado? Porque é esta a lógica da bebida e dos entorpecentes, né? A busca pelo prazer.

Este é o grande problema da pós-modernidade, definir o que é o bem e o que é o mal. E aí o cidadão do bem se torna um ilegal, pra poder continuar com um direito que lhe foi tirado pelo estado tirano. Podiam aproveitar e fazer a revolução também, né? Ou melhor, pra que outro Estado: Anarquia já!
(sim, estou sendo irônica)

E aqui entra o segundo grande argumento da reportagem: a polícia está falida.
A reportagem começa dizendo que discutir a venda de armas é desviar a discussão do verdadeiro problema, que é a ineficácia da polícia.
Correto, este é o problema maior. Mas ao final da reportagem, reforçado por vários argumentos, a impressão que fica é: A polícia está falida, o Estado também, e não tem jeito, é preciso se armar, porque a polícia nunca estará onde deve estar e nunca conseguirá punir os bandidos. Acusa-se o Estado de não corrigir a polícia, mas em nenhum momento ela é creditada. Aí parece que nem vale a pena reestruturá-la.

Bom, cada um vai puxar a sardinha pro seu prato, óbvio, mas acho que o que realmente está faltando é dizer o que é esta lei, o que implica. Porque não é um referendo sobre poder ou não poder comprar armas. Há muitas outras questões, inclusive medidas como aumentar penas e aperfeiçoar o sistema de registro.
No caso da Revista Veja, nem no site, onde não falta espaço, há um link que seja para ler a lei na íntegra.
Se alguém quiser ler, tem no link que eu coloquei no post abaixo, sobre o referendo.
Para quem quiser ver as campanhas:
http://www.referendosim.com.br
http://www.votonao.com.br

Ah, só pra terminar com o grau de pessimismo que me dá quando eu acho que pessoas de bem comprarão armas no mercado ilegal:

"Há esperança suficiente, esperança infinita - mas não para nós."
Franz Kafka

Kathia 10:25 PM

segunda-feira, outubro 03, 2005

Anos 80

Os anos 80 estão na moda. Algumas coisas explicariam esta tendência nostálgica de culto à década retrasada, como:
- O cenário atual de incertezas “As pessoas querem se apegar a um tempo em que as coisas eram mais seguras, a um momento mais tranqüilo.” Raquel Siqueira – Publicitária.
- As crianças, adolescente se jovens dos anos 80, são hoje parte da população economicamente ativa.

Alguns Reflexos:

1. Da moda ao show do Ira!
Blogs, e-mails, comunidades no orkut... e a felicidade de encontrar alguém com quem você possa relembrar que era melhor brincar de lego do que com um bichinho virtual.
Quanto a achar que a nossa infância era melhor que a de hoje, não há nada mais arcaico. Sócrates esbravejou: “As crianças de hoje são tiranas. Elas contradizem seus pais, cospem suas comidas e maltratam seus professores.”
Ah, e a propósito das brincadeiras, muitos relançamentos, odiados por uns por perverterem os originais e amados por outros que vêem na repaginada Moranguinho ou no novo pequeno pônei uma chance de dar aos filhos os mesmos brinquedos que os fizeram felizes na infância.
E a reciclagem dos bens materiais e culturais passa também pelos remakes, pelas novas versões do He-man e da Liga da Justiça (eu quero uma barbie mulher maravilha!!!!), e pelas bandas!
Ah, os acústicos que começaram com os Titãs, nos relembraram que existe Capital Inicial, Kid Abelha, Ira!, Nenhum de Nós, etc, etc...
E a coisa virou moda.
Umuarama city, 01 de outubro de 2005 – Show acústico MTV do IRA!
Fator hiper-relevante: Umuarama tem pouquíssimas opções noturnas.
O show foi num clube, a céu aberto. Mas o tempo fechou. Choveu muito. O mais engraçado: as Patis de salto agulha e micro-saias tentando proteger as chapinhas. Muita gente tava lá por falta do que fazer num sábado a noite. E por um momento achei que Nasi estava agoniado pela falta de reação da platéia, não havia gente suficiente que conhece as letras para tornar audível o as respostas aos pedidos de “agora só vocês”... Por fim, as patis se retiraram, e o show acabou com muita chuva e o público mais perto do palco.
Eu aproveitei a deixa para voltar um pouco mais no tempo (como se fosse possível eu voltar a 1952) e imitar Gene Kelly depois do Show:



2. Sucesso de vendas
Almanaque anos 80 – Luiz André Alzer e Mariana Claudino – 3º lugar no ranking dos mais vendidos, categoria não-ficção. (Revista Veja, Edição1925- 05/10/05)
Camiseta com a estampa do Bozo (salve!salve!) da Sheep, Griffe do Marcos Mion - R$170,00. Bem que eu fiquei com medo de perguntar o preço... mas menos mal, se custasse uns cinquentão era perigoso eu querer comprar, mesmo achando caro, mas 170,00 já é no mínimo pra xingar. De qualquer forma até eu saber o preço já tinha vendido as que tinha na loja.



3. Tá, eu errei
Sim, eu confesso, fui a um show do Denorex 80! Situações adversas: fila pra entrar, fila pro guarda-volumes que lotou uma pessoa antes de mim, falta de ar respirável, muita, mas muita gente mesmo, dificuldade imensa de locomoção, daquelas situações em que você não pode nem desistir porque é impossível andar quer seja pra frente quer seja pra trás. Acho que mesmo que eu conseguisse abstrair tudo isto eu não gostaria do show. Achei muito chulo, mal gosto desnecessário do qual eu não consegui rir. Aí no meio da muvuca, pensei: “tá fazendo o que aqui, sua idiota? não foi você que disse que pensaria muitas vezes antes de ir num show do rappa, por causa da maconha?” Aff, nunca mais.

Kathia 9:08 PM

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